quinta-feira, 24 de abril de 2008

Entrevista: Gustavo Spolidoro



Sócio fun
dador da cinematográfica Clube Silêncio, o diretor e produtor de cinema Gustavo Spolidoro fala, em entrevista, sobre o cinema no Brasil, a difusão e a distribuição de filmes e da formação de público espectador. Spolidoro é premiado com seu filme de estréia, o curtametragem Velhinhas, e atualmente lança o longa Ainda Orangotangos.




Jornalismo Digital - Como tu percebes a aceitação do cinema nacional pelo grande público?

Gustavo Spolidoro - Não tem como medir isso. Tem filmes que fazem mil espectadores e outros milhões. Depende do elenco, do lançamento, da distribuidora e principalmente do apelo de público do filme.


JD - O cinema que se produz no Brasil (e no Rio Grande do Sul) é acessível ao grande público?

Spolidoro - Também fica difícil resumir isso, ou generalizar. Os filmes do JORGE FURTADO já alcançaram cerca de 500mil, mas o ultimo fez 150mil. Mesmo assim, é pouco, perto de filmes nacionais que chegam a 1 milhão. Outros filmes gaúchos, mais gaudérios, até vão bem aqui, até tem um apelo comercial, como NETTO PERDE SUA ALMA, mas acabam não emplacando fora daqui.

Mas sim, é acessível sim. Mas qual e quanto é o grande público? 180 milhões de habitantes. 9 milhões vão ao cinema. 500mil é sucesso, mas é grande público? Prefiro que cada diretor encontre o SEU público, independente de pensar em fazer um filme para o público, pois o público, como um ser só, não existe.


JD - Fazer cinema, hoje, no Brasil, pode ser uma atividade rentável? Ela pode ser considerada uma indústria ou um ramo significativo da economia?

Spolidoro - Claro que sim. Pode ser rentável na captação, na produção, na exibição e na venda para TVs. Depende da competência da equipe e principalmente da qualidade do material.


JD - De que forma pode-se fomentar o interesse do público pelo cinema nacional e, mais especificamente, de sua apreciação em salas de cinema e não apenas no DVD?

Spolidoro - Creio que com maior investimento do governo na parte de distribuição/comercialização.


Público, distribuição e oferta

JD- Qual é a relação entre produção, público e distribuição [ou oferta] de cinema? Como essa relação se dá hoje no Estado?

Spolidoro - Nunca é fácil e um filme normal demora as vezes 5 anos pra ser produzido. Mais difícil ainda é conseguir um lançamento de qualidade. Por estarmos longe do centro do País e das grandes empresas de distribuição, fica mais difícil daqui conseguir bons negócios.
Em termos de produção existem filmes feitos em digital, de forma barata, sem recursos governamentais. Esses filmes tem conseguido espaço, principalmente em festivais.


JD - Seria possível dizer que um desses pilares hoje está mais fortalecido que outro? Um deles poderia se fortalecer mais para incentivar os outros dois?

Spolidoro - Não. Na verdade nenhum deles está fortalecido. A idéia do governo sempre foi fortalecer a PRODUÇÃO. Daí, quando se viram com 150 longas finalizados e 50 lançados, se deram conta que deveriam fortalecer a DISTRIBUIÇÃO. Mas isso está começando apenas.


JD - De que formas a Clube Silêncio incentiva a difusão do cinema nacional em circuitos não tradicionais?

Spolidoro - A Clube Silêncio não INCENTIVA. A Clube trabalha com projetos seus. Mas dentro disso, nós procuramos justamente outros nichos, outras formas de exibiçao e produção. Estamos criando nossos meios.


JD - Como iniciativas do tipo da Maratona de Cinema da Z-3 (a qual a Clube Silêncio está apoiando) podem auxiliar na popularização do cinema nacional?

Spolidoro - As pessoas estão, aos poucos, reacostumando-se a ver cinema brasileiro. Normalmente quando entram em contato com filmes, em projetos como a MARATONA ou o RODACINE RGE, surpreendem-se com a qualidade dos filmes. Isso funciona como FORMADOR DE ESPECTADORES e vira uma bola de neve, fazendo com que as pessoas queiram ver outros filmes e saber maios sobre a produção.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Doações de lã viram roupas infantis com a Operação Novelo

Projeto de alunos da Comunicação Social quer arrecadar novelos de lã para serem tricotados por 70 instituições


Junto com o frio começou a Operação Novelo: aqueça seu coração, uma campanha para arrecadar novelos de lã que irão virar roupas para crianças e bebês nas mãos das tricoteiras de mais de 70 instituições beneficiadas pela campanha Bouquet do Amor. A iniciativa da Operação Novelo é dos alunos da disciplina de Comunicação Comunitária e Cidadania, do curso de Comunicação Social da UCPel.

O projeto, lançado no dia 16 de abril no saguão do Campus 2, e os novelos serão arrecadados até o dia 30 de maio. Os pontos de arrecadação são a loja Camminata, o Posto Dom Joaquim, a Casa da Vovó, Loja Buraco D'agulha e o saguão do próprio Campus 2 da UCPel.

Um dos grupos de tricoteiras à espera das doações é o do CETRES - Centro de Extensão e Atenção à Terceira Idade, que irão repassar as peças tricotadas ao Instituto de Menores de Pelotas. "Acho maravilhoso participarmos dessa campanha, porque a ação é um incentivo ao nosso trabalho", a coordenadora do grupo de tricô, Jussara Bernardes.


foto: Rafael Vieira/divulgação