segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Focas ainda na faculdade

Alunos experimentam o mercado em estágios com responsabilidade profissional

A saída precoce dos estudantes de jornalismo para o mercado de trabalho pode provocar o encolhimento da oferta de vagas a profissionais nos veículos de comunicação em nível local. Somente na Universidade Católica de Pelotas, a cada semestre pelo menos 40 estágios são encaminhados por meio da Escola de Comunicação Social, segundo o diretor Jairo Sanguiné.
Quem durante a faculdade já mostra as caras no jornalismo pelotense sente a pressão de ser exigido como um profissional e o medo de, depois de formado, perder a vaga para um novo estagiário.
A estudante Maíra Gatto trabalha há um ano e cinco meses no telejornalismo da TV Record local e diz saber que um jornalista profissional poderia estar na vaga que ocupa. " a minha preocupação é, quando formada, me deparar com um mercado que tem pessoas não formadas em um lugar como o que eu estou agora". Mesmo consciente do impacto que isso pode ter posteirormente, ela afirma que não poderia recusar uma oportunidade como a que tem. "Ainda mais em uma cidade em que temos de pagar a faculdade", comenta.
Outra estudante, que prefere não ser identificada, é etagiária de jornalismo em um veículo local há sete meses, mas acha que trabalha como uma profissional. "É bom agora, pela experiência que eu ganho". Por outro lado, ela diz ter de fazer "um megasacrifício" para conciliar os estudos e o trabalho. "[O estágio] é bom para o futuro, mas acabo não conseguindo acompanhar a faculdade tão bem", pondera.
Além dos estágios em veículos de comunicação, o professor destaca o grande número de alunos que praticam seus conhecimentos em assessorias de imprensa, em sua grande maioria remunerados e com acordos assinados entre a empresa, a escola e o sindicato dos jornalistas. "O estágio reflete a o mercado de trabalho. Hoje, a maioria dos formados atuam em assessorias".
Para que os estagiários não sejam apenas mão-de-obra gratuíta ou barata, Sanguiné acredita que o melhor caminho é a regulamentação e a fiscalização do trabalho desenvolvido. Uma forma de minimizar a perda de postos de profissionais para estudantes.

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